sábado, junho 17, 2006

A necessidade aguça o engenho


Esta é a minha primeira experiência do que é viver num ambiente de insegurança, de medo. Eu queria ser capaz de dizer que me parece que é a última crise, mas devo estar tão tomada pelo desencanto colectivo como todos os timorenses que apenas posso afirmar que espero que tudo se resolva muito rapidamente.
Apesar de tudo, tenho de ver o lado menos mau das coisas. Há quase dois meses que o quiosque da esquina deixou de vender pão. Fechou porque a dona se refugiou no D. Bosco.
Díli fica a sete quilómetros e o supermercado mais próximo fechou as portas.
Pois
tive de inventar qualquer coisa para suprir a falta de mandioca que ainda fez parte de muitos pequenos-almoços. É que o meu quintal não é pequeno mas tem limites e eu não estava a imaginar que sobreviesse uma situação destas!
E como a necessidade aguça o engenho, havia farinha, fermento, água… deitei mãos à obra e tornei-me numa padeira de renome… na minha família. Pão com sabor a queijo, a chouriço, com passas, simples, faço tudo!
O João adora, os meus irmãos gostam e as minhas duas cunhadas até já me pediram a receita!
Não tenho nenhuma foto da minha obra panificadora, mas tudo se passou no país mais belo do Mundo de que junto a respectiva prova. Só é pena nós sermos parvos por não sabermos tirar partido da sua beleza!

1 comentário:

AnadoCastelo disse...

Bom, só tenho pena de não estar aí para experimentar esse pãozinho. Sabes como eu gosto de pão não é? Aliás, gosto de comer e quando é bem feito ainda melhor. Senhora padeira espero que quando vier cá mostre os seus dotes padeirescos.
Jokas