segunda-feira, agosto 20, 2007

Há hábitos alimentares que não se perdem. Por exemplo, adoro acompanhar a comida com piri-priri. Aqui em Timor dá-se-lhe o nome de ai-manas e, à mesa do timorense, tem de haver sempre um pratinho com o dito cujo, pronto a ser colocado à beira do prato e, pouco a pouco, garfada a garfada, adicionado à comida.
Quem não gosta ou não está habituado acha que a comida perde sabor. Mas os amantes do ai-manas, fresco ou de conserva, garantem precisamente o contrário: o piri-piri realça o sabor da comida.
Gosto de ir ao meu quintal apanhá-lo fresquinho. Tem um sabor muito particular. Mas também gosto de ai-amanas com bilimbe (fruto muito ácido que nasce do tronco de uma árvore) ou limão em conserva, com muito alho e ruku (erva aromática do tipo do alecrim).
Sem ser para comer e salientar o sabor da comida, o piri-piri deveria servir
como forma de castigar os que falam de mais, de cor, os que não sabem o que dizem ou falam apenas para se ouvirem...
É que às vezes ouve-se tanta baboseira que só apetece encher-lhes (aos que tagarelam) a boca com piri-piri para os obrigar a manterem-se em silêncio, de boca fechada... pode bem ser que, pelo menos enquanto dura o efeito do picante, consigam reflectir, pensar antes de falar...

3 comentários:

aminhapele disse...

Como se diz "aqui,deste lado":
BOA MALHA!!!

Ivone Ralha disse...

pimenta na língua é um remédio antigo... discutível...
Mas que tenho saudades de ti, dos teus condimentos vários e daquele magnífico ACHAR...tenho!
Beijos Angelina!

AnadoCastelo disse...

Sempre gostaste de picante mal de ti se não houvesse um pouquinho do vermelhinho.
Jokinhas