Fim de mais um ano. Triste, por sinal.
O meu país timorense está em crise. crise de valores, falta de segurança, loucura, desvairo colectivo. Assim vai Timor…
O meu país português, dizem-me os amigos de Portugal, também está em crise. Económica mas, da mesma forma, crise.
O Mundo em crise está.
Com esse triste cenário só nos resta fazer de conta que a vida é uma mar de rosas! Pelo menos de vez em quando…
Embora as festas de agora não tenham o mesmo brilho das de antigamente sempre me transportam às minhas memórias de outrora, quando as festas eram autênticas festas daquelas em que toda a gente se vestia a rigor, com fatiota nova feita na modista mais “in” cá do burgo… Havia uma competitividade saudável entre o grupo do Benfica e o do Sporting, com cada um deles, homens e mulheres, dando o seu melhor para que a festa do seu clube levasse o outro de vencida.
Eu ia sempre às festas do Benfica e só assim poderia ser, uma vez que na minha família somos todos benfiquistas. Todos, não, a minha irmã Maria é sportinguista! E os meus sobrinhos, filhos das minhas irmãs, cujos pais são de outros clubes, também são dos clubes dos paizinhos.
Dançávamos até às tantas da madrugada e, de cada vez que víamos o nosso pai olhar para o relógio, sofríamos a sério porque já sabíamos que chegada a hora limite por ele estipulada, não havia apelo nem agravo e tínhamos mesmo de voltar para casa! E procurávamos que a nossa distinta mãe estivesse bem distraída porque também já sabíamos que se lhe apetecesse voltar para casa, nem que a festa estivesse muito animada, era só ela, a mamã, manifestar a sua vontade e lá íamos nós, que o papá nem pensava duas vezes…
Este ano, o de 2006, nada de festas. Eu e o João vamos ficar sossegadinhos, no remanso do nosso lar da aldeia 30 de Agosto. Acho que vou pôr a girar um CD com música própria para dançar, bailaremos os dois ao ritmo do tango, rumba ou slow e à meia-noite comeremos as passas. Não, não vai haver champanhe que o tempo não está para essas modas…
E lembrar-me-ei então de todos quantos fazem parte da minha Vida. Dos que partiram deste Mundo e dos que ficaram. Da minha filha, sempre!
Da família toda ela espalhada por esse Mundo de Deus por onde também andam os meus amigos! E para todos aqui vai o meu desejo de que o ano de 2007 seja portador de tudo o que de bom cada um entenda ser o melhor para a sua Vida!
E, claro, que Deus guarde Timor e a paz e a concórdia voltem depressa!
Bom Ano de 2007!