terça-feira, dezembro 26, 2006

Alô, Alô, Alentejo!

Ainda há dias aqui referi que este tempo de Natal me deixa sempre angustiada e com saudades. De tudo e de todos.
Fui ver as minhas mensagens e dei com a mensagem da Mila, uma das minhas amigas do Alentejo. De imediato me vieram à memória recordações de muitas conversas tidas em casa da Matilde – outra amiga de sempre do Alentejo, de Amoreiras-Gare – à lareira ou à mesa, sempre farta de iguarias várias, qual delas a melhor e a contribuir para o aumento imediato de peso …
A Matilde é a mãe do Ricardo que é casado com a Christiane de quem tem duas filhotas lindas. Conheci a Matilde há bem mais de 30 anos, quando o marido, o Humberto, nosso “compadre alentejano” (que prestou serviço militar nos anos 60 em Timor) ainda era vivo.
E através do Humberto e da Matilde, ficámos a conhecer os irmãos da Matilde. De entre estes, o Luís, marido da Mila e amigo de patuscadas com quem eu e o João aprendemos a apanhar mexilhões numa praia próximo da Zambujeira. Ah, claro, estava a esquecer-me da tia Silvina que era ainda mais gulosa que eu!
Passados anos e porque Portugal é mesmo um país pequeno, quis o destino que o Miguel, filho da Mila e do Luís, fosse trabalhar no Público, tendo sido meu colega…
Quando vivíamos em Lisboa, todos os anos íamos às Amoreiras e à Zambujeira do Mar. Muitos quilos engordei à conta dos doces da Matilde (ai que saudades do pão de rala!), do presunto, das linguiças, do paio, do queijo do pão alentejano, tudo caseiro como convém! E do óptimo ensopado de borrego da Mila! Enfim coisas de comer e chorar por mais! Costumo dizer que engordava um quilo por dia! Direi mesmo que, com a lembrança, até já me sinto a inchar!
Em dias como estes, recorda-se sempre com mais saudade o que de bom há nas nossas vidas. Os dias que, durante anos, passei nas Amoreiras e na Zambujeira do Mar fazem parte desses pedaços bons da minha vida.
Sinto-me bafejada pela sorte, por ter conseguido reunir - do lado de lá do Mundo e ao longo dos 32 anos que vivi em Portugal - um bom grupo de amigos de entre os quais se contam a Matilde e a sua família do Alentejo, para quem vai um abraço do tamanho do Mundo!
Alô, Alô, Alentejo! Timor chamando! Timor abraçando…

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