domingo, novembro 19, 2006

A minha irmã Gabriela

Podia responder em comentário ao Maracujá Maduro mas senti-me tão orgulhosa pela minha irmã Gabriela e ao mesmo tão sensibilizada por reconhecer o seu valor que não resisto a responder em post especial.
Porque não escreve mais vezes e conta as suas histórias de Timor? Só iria enriquecer o blogue.
Tal como eu e a minha irmã mais nova, a Natália, a Gabriela também não sabe nadar. É uma vergonha, mas é assim…
Mas a Gabriela é uma artista e, como todos os artistas, sensibilidade e imaginação não lhe faltam. Por isso, as obras dela são tão cheias de cor, de matizes e de muita, imensa imaginação. E, claro, de bastante trabalho.
Aquele belo quadro que está na recepção do hotel Timor e que versa sobre a criação de Timor, exige do observador muita atenção e um profundo conhecimento da alma timorense. Num labiríntica e emaranhada sucessão de cor e de figuras, vêem-se um crocodilo, disfarçado nele uma casa e nesta, uma mulher, uma criança, uma árvore… Tudo quanto se refira à criação e ao imaginário timorense está lá, desenrolando-se, ligando-se em perfeita sintonia, em cada pedaço de tela.
Aliás, o mesmo acontece nos quadros que estão na Fundação Oriente.
Os duendes da minha infância também são os da infância dela e, naquele quadro da sala de entrada da Fundação, nós somos as mulheres em convívio com o duende… E sobre duendes, muito escreveu a Gabriela num livro que há-de ser um dia publicado! Nessas histórias pode-se compreender melhor o que está por detrás da arte da minha irmã pintora.
Tenho pena que livro e pintura estejam um bocado postos de lado na gestão que ela faz da sua vida. É que como o Maracujá bem sabe, ela é também jornalista e tem um cargo directivo na SBS e isso ocupa-lhe demasiado tempo.
Reconhecendo nela uma excelente profissional de Rádio e Televisão e compreendendo embora as suas razões, tenho contudo pena que se esteja a perder uma artista de mão cheia!
Também tenho muita pena que Timor-Leste não a tenha querido aproveitar na Comunicação Social e que não dê importância ao seu valor. Mas isso, Maracujá, já tem outras implicações que nos escapam!

2 comentários:

AnadoCastelo disse...

Pois é uma pena que sendo a tua irmã uma pintora já um bocadinho conhecida, ao menos dá a conhecer em foto quadros dela, porque eu, por exemplo, não conheço nada feito por ela. Não é uma boa sugestão?
Jokas grandes

P.S. Agora só um alerta aqui para o vizinho Luis que deixou de me visitar. Está zangado comigo?

Anónimo disse...

Angela,

Gosto de ler os teus textos.São brilhantes.
Parabéns miúda.
Consegues pôr-me cheia de saudades.